Quanto vale 1 ano da sua insalubridade?

Muitos trabalhadores passam anos em ambientes insalubres sem perceber que estão deixando parte do seu salário para trás. O adicional de insalubridade é um direito garantido pela legislação trabalhista e deve ser pago a quem exerce funções expostas a agentes nocivos à saúde.

O problema é que nem sempre as empresas cumprem essa obrigação corretamente. Em alguns casos, o trabalhador sequer sabe que poderia estar recebendo um valor extra todo mês.

O que diz a lei sobre insalubridade?

De acordo com o artigo 189 da CLT e com a Norma Regulamentadora 15 (NR-15), são consideradas insalubres as atividades que expõem os empregados a agentes nocivos acima dos limites de tolerância estabelecidos. Isso pode incluir fatores físicos, químicos ou biológicos.

Para entender melhor, veja alguns exemplos:

• Grau mínimo: fabricação de cimento, pintura com pigmentos de chumbo, contato frequente com poeiras;

• Grau médio: exposição a calor excessivo, vibrações acima do limite de segurança, manipulação de produtos químicos como inseticidas e raticidas;

• Grau máximo: contato com lixo urbano, trabalho em galerias de esgoto, contato direto com pacientes portadores de doenças infectocontagiosas.

A legislação ainda estabelece três graus de insalubridade, cada um com um percentual específico aplicado sobre o salário mínimo:

• Grau mínimo: 10%

• Grau médio: 20%

• Grau máximo: 40%

O impacto no seu bolso

Agora, pense comigo: se você trabalha em ambiente de grau médio de insalubridade, deveria receber 20% do salário mínimo todo mês. Isso significa que, ao longo de 12 meses, apenas esse adicional pode representar mais de R$ 3 mil (considerando o salário mínimo atual).

No grau máximo, esse valor pode ultrapassar R$ 6 mil por ano. Se o empregador não paga o adicional, em apenas cinco anos a perda pode chegar a dezenas de milhares de reais.

Ou seja, cada mês sem o pagamento correto é dinheiro que sai do seu bolso e aumenta o lucro da empresa.